quinta-feira, 8 de novembro de 2007

PARADIGMAS

Navegar na escuridão do dia
É querer não ver o que se vê
É estar diante das evidencias mais claras
Buscar um tudo no nada das sensações

O choro desesperador do poeta adoece
Insatisfeito pelos andares encobertos
Inspiração falida de paradigmas maquinados
Instante mágico quebrado pela tarde

domingo, 4 de novembro de 2007

ANJO PAULISTANO

Amigo é uma espécie de botão de rosa
Somente os próximos conseguem ver a beleza escondida
Nada é tempo ruim sem o consolo do seu abraço
O dia e a noite são festas para os bons amigos
A escada da vida é mais externa quando partilhada certa

Amigo é um encontro diário com Deus
Sempre presente nas horas das horas
Nunca sabe andar para atrás no dia de hoje
O melhor presente é um amigo em forma de irmão
A melhor chegada é o sorriso de quem comportilha o caminho

Poema em homenagem ao SEVERINO ROMÃO, o anjo paulistano.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

TERCEIRO MÊS

É horrível a sobra do tempo
A espera de uma espera que não é demonstrada
A felicidade em espumas não condiz com o sonho
O terceiro mês é em novembro
A música é o consolo no vazio das brancas paredes
A foto não supre a expectativa

Sem a vida que vivia antes do ínicio


Amor é o mais nobre dos sentimentos quando se permitido e disposto
Rio com peixes escondidos esperando a hora certa de pular

Indo e vindo em uma biografia autorizada aos poucos pela necessidade
Espera o esperado em lábios de fadas que querem acreditar na eternidade
Razões que se perdem sem ao menos saberem os motivos
Riscos e esperas que nem sempre são as imperfeitas
Expectativas de doses com um gole de café amargo ou não
Fortes emoções pelos ares do quarto não totalmente escuro

Os olhares quase sempre podem dizer algo escondido
Nunca se pode deixar de sonhar como nos livros de infância
Antes tudo era incolor, hoje tudo é azul e vermelho
Inesperado passado à boa intenção do futuro no presente que se constrói
Ruas que distanciam as casas são pequenas quando interessadas
Antes da vida e da morte a certeza de um amor não platônico

Mágico é a mão correndo pelo corpo quase adormecido
Restos de um dia e poucos minutos dispostos
Esperar a noite é um desejo inato e inconseqüente
Numa espécie de guerra tudo não é por puro destino

Gente de qualquer gente não compreende os contatos
Antes de qualquer tempo temos a nós mesmos agora
Unidade é um desejo que não se acaba em si e completa por si

domingo, 14 de outubro de 2007

TEMPO

No tempo cada tempo é um tempo
Nem sempre o tempo é o tempo que queremos
O tempo que nos é permitido é um outro tempo
Com o tempo se aprende a viver outro tempo
O tempo que se sonha é destruído por outro tempo
Doce tempo é tempo que nunca chega nesse tempo
Solidão é o desprezo do tempo no tempo
Contatos de corpos em tempo que se sente sem tempo
O tempo é um presente do tempo

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

OBRIGAÇÕES

Navega-se por navegar
Vive-se por viver
Ama-se por amar

Vive-se por viver
Navega-se por navegar
Ama-se por amar

Ama-se por amar
Navega-se por navegar
Vive-se por viver

Navega-se por navegar
Ama-se por amar
Vive-se por viver

Ama-se por amar
Vive-se por viver
Navega-se por navegar

Vive-se por viver
Ama-se por amar
Navega-se por navegar

CONFORMIDADE DOS DIAS

Tem dias que não se quer viver qualquer emoção
Nada é por acaso
(mesmo no acaso do nada)

Tem dias que não se quer viver qualquer sentimento
Diante do silêncio o consolo
(mesmo o consolo como silêncio)

Tem dias que não se quer viver

O CAMINHO

O caminho de casa é árduo
Quase todos os dias pessoas se cumprimentam
Dezenas de rodas anulam a espera da noite
Claridade em vésperas semanais
Transposição de maturidade comprada
Dezenas de flores sem espinhos perdidas
Travesseiro branco em uma coberta colorida

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

OLHARES CRUZADOS

O meu pensamento escorre no teu corpo
Feito a água que se modela em tuas curvas
Assim me encontro em meio aos desejos
Vejo as ternas e belas canções incompletas
Tudo é imperfeito perto de sua grandiosidade

O meu pensamento é vão perto do encontro
Feito o vento sem direção que envolve o todo
Assim se embriaga as emoções de uma forma anatómica
Vejo os olhares se cruzarem de maneira quase indecente
Tudo é pouco perto dos muitos segundos

O meu pensamento foge do controle apreendido
Feito criança esquece os obrigados e as preces
Assim constroe-se perto de datas que se tornam festivas
Vejo o presente em um convite ao futuro de alianças
Tudo é desenho de casais que acreditam em felicidade

O meu pensamento se completa em sua presença
Feito o inesperado a beleza de um abraço afetuoso
Assim as flores são mais íntimas e despojadas
Tudo é pouco perto do estar ao seu lado

terça-feira, 2 de outubro de 2007

HOJE QUERO SER SUA AMÉLIA

Hoje quero ser sua Amélia
Deitar em qualquer lugar da sala
E ficar na beleza oculta te admirando



Hoje quero ser sua Amélia
Ficar na espera do beijo de saudação
E não reclamar do tempo perdido



Hoje quero ser sua Amélia
Olhar o futuro na certeza do presente
E festejar as noites frias ou quentes da cidade



Hoje quero ser sua Amélia
Nadar contra os pensamentos insensatos
E ter a certeza de cada olhar insistentemente



Hoje quero ser sua Amélia
Buscar as louças guardas no armário
E navegar por todas as curvas do conhecido



Hoje quero ser sua Amélia
Não sair e até chegar a perfeição
E em um sorriso discreto agradecer



Hoje quero ser sua Amélia
Nos lençóis verdes perder-me
E ficar a sensação do querer mais



Hoje Quero ser sua Amélia
Sua Amélia hoje quero ser
Quero ser hoje sua Amélia

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

NATIVIDADE

Ele chora pelas escassas palavras
Ela (...)
Ele espera uma surpresa
Ela (...)
Ele anseia uma presença
Ela (...)
Ele sente o cheiro pelo ar
Ela (...)
Ele espera na estrada
Ela não aparece novamente

AS MÃOS DO POETA

É doce uma noite em dupla companhia
O pensar de iguais modelam as paredes brancas
É noite e todos sonham até quase amanhecer
O indivíduo mais indispensável dorme
É certo o espaço diminuido entre o calor dos corpos
O respirar é ofegante

Mesa de vidro
Flores amarelas
Televisão desligada
Roupas ao chão
Lençol desarrumado

O poeta se modela
O poeta se concerta
O poeta se identifica
O poeta se normatiza
As mãos do poeta são mágicas

São mágicas as mãos do poeta
Lençol desarrumado
O respirar é ofegante

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

AZUL E VERMELHO

EU NÃO ENCONTRO MINHA PAZ SEM A SUA PRESENÇA
DOCE ENCANTO DE UM CANTO FELIZ DA VIDA MODERNA
SUA PELE TRANSFIGURA MEU CORPO EM CONTATO
SEU OLHAR ENVOLVE O TEMPO DE UM TODO COMPLETO

VOCÊ TORNOU-SE A TOTALIDADE DO TEMPO
VOCÊ TORNOU-SE O ENCONTRO MAIS TERNO (E BELO)
VOCÊ TORNOU-SE O ANSEIO MAIS CERTO

ALGUMAS CANÇÕES TRADUZEM O SENTIDO INTERNO
ALGUNS OLHARES TRADUZEM OO SENTIDO EXTERNO
INTERNO E EXTERNO
EXTERNO E INTERNO

O TEMPO SE ENCONTROU EM VOCÊ
O TERNO (E O BELO) SE ENCONTROU EM VOCÊ
O CERTO SE ENCONTROU EM VOCÊ

A VIDA PASSA DE FORMA DISCRETA
(E NOS PRESENTEIA)
OS ACASOS NÃO ACONTECEM PARA UM FIM

AZUL E VERMELHO
VERMELHO E AZUL

sábado, 28 de julho de 2007

O BRASIL QUE NÃO QUEREMOS

O Brasil caminha para se tornar um grande presídio, no qual, os papéis e os deveres estão, infelizmente invertidos. A violência e o medo são sentimentos que infelizmente se padronizaram em cada cidadão. Nos acostumamos com os noticiários, manchetes e as tragédias anunciadas pela falta de investimento, oportunidade e estudo.
Estamos nos “engaiolando” dentro de nossos muros cada vez maiores, carros blindados, contratando serviços de segurança privada, construindo condomínios cada dia mais luxuosos e nos fechando dentro deles, e as pessoas que não possuem essas condições financeiras, acabam aprendendo ou sendo obrigadas a conviverem com a violência.
As grades de nossos portões, os cadeados, as portarias não podem nos dar essa falsa sensação de segurança. Estamos nos prendendo em nossos lares, e os que realmente deveriam estar atrás das grades andam soltos. Se continuarmos assim, na demorará muito para nos auto-aniquilarmos.
Nos acostumamos com atos de vandalismos, atos de intolerância, no qual, apoderar-se do que é do outro se tornou algo certo e normal. Pior ainda é quando financiamos a violência, o roubo, adquirindo mercadorias e objetos de procedência duvidosa, com a desculpa de serem mais baratos ou “se roubaram de mim, então não faz mal comprar de outro que também foi”.
A postura ética do brasileiro é cada vez mais invertida e muitas vezes usamos como desculpa e permissão as atitudes dos nossos políticos, normatizando o errado. Isso causa uma sensação de permissidade coletiva, levando as pessoas a entenderem como errado apenas aquilo que às convém, e não agindo pela forma que deveriam agir. Devemos exigir de nossas autoridades ações mais condizentes com suas funções, mas temos que nos auto-educar para que a nossa postura também seja condizente com valores que nos elevem enquanto seres humanos.
A violência não se encontra somente nos grande centros urbanos, em muitas vezes, vemos em escolas, praças públicas e dentro de nossos próprios lares. Em todos os lugares e em todos os momentos, o que parece é que cada pessoa esta a cada momento agindo e se preparando para uma guerra. Uma guerra sem motivos, uma guerra não declarada.
Infelizmente chegamos em um ponto no qual, tirar vantagem do outro, burlar a lei, infringir as normas, não respeitar as regras se tornaram algo certo e aquelas pessoas que agem pelos princípios são consideradas e vistas como “bobas” e ultrapassadas.
Somos responsáveis por nós mesmos, somos responsáveis pelo nosso mundo. A vida será bem melhor, quando aprendermos a olhar o próximo como pessoa, e não como objeto que tenho e posso tirar vantagem sobre. Quando formos justos conosco, quando entendermos que somente nós podemos mudar tudo isso e fazermos valer o direito de liberdade que nós é garantido pela Constituição.
Eu já nem pergunto que mundo estamos construindo para nossos filhos, mas sim, me pergunto, que mundo estamos construindo para nós mesmos? Não podemos esperar pelos outros, não podemos esperar por nós mesmos, não podemos esperar... Se não fizermos nada (enquanto governo e sociedade civil) estaremos assinando o nosso próprio fim.

domingo, 22 de julho de 2007

CANAVIAL

O encanto da dança moderna
Moderna estrela de arroz branco
Arroz branco na panela azul
Panela azul é enorme para a mesa

Dinheiro é sucesso de paulistano
Sucesso de paulistano é papel verde
Papel verde é bênção do poder

Anormalidade de amores de Platão
Amores de Platão são verdadeiros

No dia de hoje o ontem é saudade

MANDAQUI

Mandaqui é azul
Noventa minutos constantes
Cores de velas brancas decoradas

Mandaqui é amarelo
Doze dias de atrações
Livro de poemas da guerra

Mandaqui é verde
Bandeira de anil trovoada
Parentes de beijos calorosos

Mandaqui não nega as curvas
Dança de salão na tarde de inverno
Notícias belas na televisão

domingo, 1 de julho de 2007

PAULISTA NÃO SABE AMAR

Paulista não sabe amar
Só sabe enganar
Só consegue dançar

Nada é eterno diante do sem rosto
Cada mente é um corpo na multidão
Algumas doses não justificam nenhum dos lábios

Paulista não é fiel
Paulista é insensível
Paulista é efémero
Paulista é inseguro
Paulista é engraçado

A noite queima quando o fogo é acenado
Sexta, sábado, domingo
O dia e o momento não consolam a dor

Paulista não age como se apresenta
E nem se entrega
E só vive no estético

domingo, 17 de junho de 2007

A COR E O AROMA

Quando a mão cai por seu corpo
A perfeição se completa
As nuvens correm para espiar
A cor morena é impregnada no lençol

O aroma dos corpos não se diferenciam mais
A tarde que passa não passa indiferente
As belas palavras eternizam o depois
A espera é pouca quando se pensa no momento

Pela prece Deus reconhece o desejo
A morena cor é simplesmente o início e o fim
As eternas intenções são vícios bons
A cama é o paraíso da cumplicidade

segunda-feira, 4 de junho de 2007

ARTIGO: O PODER DAS PALAVRAS

Poucas pessoas conseguem compreender e entender o poder e das palavras. Tudo que somos, tudo o que pensamos é transmitido por palavras. Palavras que formam poemas, que formam músicas, que formam frases, que expressam sentimentos. Palavras que chegam até nós através da escrita, através da oralidade e até mesmo através de gestos.
As palavras são como pontes. Elas podem nos ligar ou nos separar das pessoas, dos nossos sonhos e dos nossos desejos. Uma palavra mal expressada ou em um momento impróprio pode “matar” alguém. Muitas vezes usamos termos, significados sem mesmo procuramos o seu verdadeiro significado ou contextualização.
Quando procuramos colocar em nosso “dicionário da vida” palavras de bem, estamos oferecendo a nós mesmos e aos outros, o que existe de melhor no íntimo de cada ser. Não podemos ter medo de falarmos das coisas boas, de elogiarmos, de agradecermos, de sermos educados, de demonstrar as nossas virtudes.
Essas palavras bem intencionadas nos podem e nos levam a uma prática de vida mais humanística, mas solidária e mais comprometida. O mundo pode ser melhor quando fazemos o nosso pequeno mundo ser melhor. Quando nos comprometemos conosco mesmo na busca das palavras construtivas.
Mas infelizmente, muitas pessoas não conseguem transcender na busca (e na ação dessas boas palavras) e acabam perpetuando dentro de si palavras negativas, desconstrutivas, que nos afastam do bem e da harmonia. Quando menos esperamos, podemos muitas vezes estar sendo induzidos para ações de negatividade e incoerência com a bondade humana por causa do hábito de usarmos palavras impróprias.
Não importa se nos referimos ao passado, se estamos no presente ou se nos projetamos para o futuro. O que importa é a nossa boa intenção de construirmos uma conectividade de bons atos na junção de boas palavras com a prática. Nossa vida é construtiva ou não dependendo das ações que realizamos, não só nos grandes acontecimentos, mas também nas pequenas coisas que nos são oferecidas.
Podemos nos sentir presos em muitas dimensões, mas uma coisa que não podem prender é o nosso pensamento. Por isso a importância de buscarmos a construção de pensamentos benignos, coerentes com as lógicas do bem e compromissados com a causa da vida. Cada um de nós pode fazer esse exercício diário e constante de cultivarmos as boas palavras. Isso fará de nos cidadãos mais conscientes e comprometidos.
Não precisamos necessariamente estar ligado a uma crença ou a uma ideologia. Precisamos sim, é buscarmos dentro de nós razões e estabelecermos critérios para que possamos desenvolver esse bom hábito das palavras, para deixarmos esse poder que as palavras possuem nos ajudarem a vivermos melhores.

sábado, 26 de maio de 2007

POEMA: SOLIDÃO E SEU AMARGO INFERNO

A solidão é meu inferno
Nas vésperas de um amanhã no meio do mês
No mês de setembro a espera é mais dolorida
Nem mesmo Adriana conforta a alma de um pobre mortal

A solidão é um inferno
No calor da noite de inverno em janeiro
Nas estradas movimentadas algumas vidas para trinta dias
Nem outro beijo perpetuado ameniza os pêlos do corpo do homem educado

A solidão é no inferno
A solidão é um inferno
A solidão é meu inferno

Alguns milhões de identidade não me acham no quarto
É na solidão que o medo deixa a noite mais escura
Doce mentira em alguns livros conjugados pelos doutores
Casa de vidro em um mar revolto

Minha solidão é um contexto platônico
Amarga Filosofia de alguns inúteis
Sensibilidade perdida nas calças de jeans sujas de lama
Travessuras de mulheres sempre amadas por maridos cansados

Maria é um nome de mulher quase solitária
Marisa é poeta de samba em rádio quase desativada
Mariana é senhora da noite em seu quarto de passageiro
Maria, Marisa e Mariana são mulheres solitárias

Marli é religiosa nas horas livres
Marta é cunhada de três homens bonitos
Margarida é uma flor com espinhos maquiados
Marli, Marta e Margarida são mulheres solitárias

A solidão é meu inferno
A solidão é um inferno
A solidão é no inferno

segunda-feira, 30 de abril de 2007

MÃE

Mãe é essência
É vida que transcende
(gratuitamente)

Ternura, prontidão, realização
Prontidão, realização, ternura
Realização, ternura, prontidão

Mãe é singular
É a vida que se perpetua
(humildemente)

Dignidade, alegria, silêncio
Alegria, silêncio, dignidade
Silêncio, dignidade, alegria

Mãe é divindade
É Deus presente entre nós
(amorosamente)

Essência, ternura, dignidade
Singular, prontidão, alegria
Divindade, realização, silêncio


POEMA EM HOMENAGEM A MINHA AMADA MÃE ELENA E TODAS AS MÃES EM HOMENAGEM AO SEU DIA 13-05-07)

domingo, 1 de abril de 2007

INTENCIONALIDADE

Buscou-se o dia no meio da madrugada
Calou-se diante da multidão
Amou-se diante do desconhecido

Filho de mãe solteira também espera
Deus e deuses saboreiam as sobremesas
Casal de crianças sem independência

A eternidade é um tempo intencional
É um tempo intencional a eternidade
O tempo e a eternidade são intencionais


quarta-feira, 21 de março de 2007

CONFISSÕES TERCEIRAS

A saudade ganhou um nome
O segundo é eterno quando presente
A espera agora tem um cheiro
O encontro camufla os olhares
A ansiedade transcende um rosto
O futuro é passado no presente em você

Cada beijo é eterno em outros amargos lábios
Todo olhar é misterioso no quarto


POEMA: A CRIANÇA QUE AMA

O amor é criança
Precisa ser cuidado
Necessita ser ensinado

O amor é paixão de segunda via
Precisa ser aprendido
Necessita ser apreendido

Os pêlos no lençol são testemunhas
Precisa ser rotina
Necessita ser diário

domingo, 4 de março de 2007

POEMA: MULHER

Mulher é flor
(é tempo de luz)
Em um canto de amor transcendental
Radiando emoções em silêncio

Mulher é amor
(incondicional)
Não foge da luta
Entende cada caso em um único caso

Mulher é presença
(do perdido encontra as raízes)
Consegue ser beleza na escuridão
Consegue sorrir no meio das lágrimas

Mulher é flor
Mulher é amor
Mulher é presença

Mulher, flor, amor, presença
Flor, amor, presença, mulher
Amor, presença, mulher, flor
Presença, mulher, flor, amor


POEMA DE 2006 EM HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

POEMA: NORMALIDADE INDEFINIDA

Vinte e quatro de fevereiro
Seis horas e cinquenta minutos
Dois mil e sete

Azul e verde
Dia e noite
Certo e errado

Calça jeans e blusa promocional
Sapato preto e gravata listrada

Coração e razão (discretos)

ADJETIVOS INCOMPLETOS

Canções de Vinícius e Jobim
Vida de Simone
Alma de Nana
Intenção de Gal
Divindade de Bethânia
Eternidade de Buarque
Madrinha Soares
Normalidade Regina

POEMA: TEMPO DO TEMPO

Palavras perdidas e sem sentidos se encontram
O medo transcende as quatro paredes brancas
Cada tempo é um tempo misturado no inferno
Casa de criança, casa de intenção, casa do nada
Cada casa tem paredes diferentes e (seus) sentidos
O amor não pode esperar as curvas do passado
Um novo amor pode tormar-se um arrependimento
A vida passa discretamente e não se percebe o presente
Palavras perdidas e o medo transcende
Um novo não pode passar discretamente
O amor pode tornar-se presente
Se encontram paredes brancas
As curvas eternizaram sua casa do nada

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

ARTIGO: São Paulo agora é a terra de vagabundo

No dia cinco de fevereiro, eu e acredito que muitas pessoas ficaram indignados com a atitude do prefeito da maior cidade do país, Gilberto Kassab (PFL) ao expulsar de uma unidade de saúde o cidadão Kaiser Paiva da Silva aos gritos de “vagabundo”. O prefeito alegou que o local escolhido pelo senhor Kaiser foi impróprio para a manifestação que o mesmo fez.
A atitude do senhor prefeito demonstra como nossos políticos estão preparados e preocupados com o cidadão. Acredita-se quando um político assume um cargo público, o mesmo deve estar preparado para isso. Preparado para viver as mais diversas e diferentes situações.
Mesmo sendo um local não apropriado para a manifestação, o líder político deveria ter a ciência de como agir de uma forma que não agredisse a integridade de qualquer uma das pessoas ali presente, mesmo que essa pessoa seja o manifestante.
É revoltante perceber que aquele que deveria ser o cidadão mais exemplar da cidade age com um ato de irresponsabilidade e ignorância. Chamar qualquer cidadão de “vagabundo” é dar um tapa no rosto da liberdade de expressão e da democracia. Como queremos exigir um povo mais educado, mais civilizado, se nem mesmo as autoridades sabem o que é isso.
Bem que poderíamos instituir aqui em São Paulo o “O DIA DO VAGABUNDO”. Neste dia, todos os cidadãos desta cidade poderiam ficar em casa, não irem para escola, não cumprirem seus compromissos e muito menos irem trabalhar, para que possamos fazer justiça a visão que o prefeito possui dos cidadãos que moram na capital.
Imagine você chegando ao seu chefe e dizendo: “amanhã, dia cinco de fevereiro não venho trabalhar, é o dia do vagabundo” que maravilha... Fico aqui imaginado a reação do chefe... Ainda bem que São Paulo é uma cidade rodeada de vagabundos... É só olharmos os nossos ônibus lotados levando a população ao trabalho, pagando seus impostos (e olha que não são poucos), recebendo um salário mínimo que não consegue suprir todas as necessidades.
Afinal, neste ano, todos nós paulistanos, não podemos mais chamar São Paulo de “terra da garoa”, mas quem sabe “terra do vagabundo”, afinal, o que não se faz aqui em São Paulo é não trabalhar. Será?
Acredito que o prefeito poderia tentar conhecer um pouquinho mais sobre as pessoas e a cidade que governa, conhecer bons hábitos e boas maneiras e principalmente relações sociais e pessoais e controlar-se diante de situações impróprias. É inaceitável atos como esse. Em vez de o prefeito pensar em processar o senhor Kaiser (como se noticiou no início do episódio) ele deveria se preocupar com outros problemas dessa cidade, e olha que não são poucos. Agora o senhor Kaiser...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

POEMA: LIXERATURA

Sanatório
Literatura
Analogia
Paciência
Neruda
1723

Santa
Paulo
Mitologia
Antropologia
Freud
2380

Filosofia
Biografia
Imortalidade
Moeda
Jobim
3127

domingo, 4 de fevereiro de 2007

POEMA: TELEVISÃO

Pouco tempo é o tempo que sobra quando não é bem vivido
Botões de rosas são belos depois do inverno no hemisfério sul
Camisas marcadas pelos raios coloridos empobrecem as almas
Uma vida passada na estradas do interior guarda mistério noturno
Chimarrão na roda de amigos se despedem da juventude noturna
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze
Onze, dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

POESIA: ÚNICA CERTEZA

Ironia do destino dos seres envolventes
Quantas coisas perdidas sem gotas
Mas num final (in) esperado
Um sorriso...
Gargalhada
De versos poéticos do poema presente

Mãos bendizendo o presente materno
Nas entranhas da vida surpresa
Mas na beleza presente do corpo
Tudo tão interessante...

Mas o acabado tem seu fim
Tudo tem um fim
Nada é para sempre
Então acabou...
Tchau...
Adeus...
Nunca mais...

POESIA: SENTIDO

Quando encontramos sentido na vida
A mesma se desfaz sem entender o discurso
Encomendam-se discretamente algumas partes
Desejo negado num corpo (quase) perfeito

A saudade é o caminho do arrependimento
Uma lágrima aborta ilusões de um presente
Esperança...
Um sentido no sentido esquecido

Quando esquecido o discurso
(cai uma lágrima)
Encomenda-se discretamente um pouco de flores
(e alguma esperança)

domingo, 28 de janeiro de 2007

CAPITAIS

Florianópolis
São Paulo
Porto Alegre

Floripa
Sampa
Porto

Mané
Moleque
Guri

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

POESIA: HOMEM E MULHER

O amor de um homem e uma mulher é indecente
O amor de um homem e uma mulher é inocente
O amor de um homem e uma mulher é envolvente

Cada tempo no seu tempo transcende desejos escondidos
Nos emblemas de tantas emoções a esfera de uma nova brincadeira
Camisa aberta e meias brancas conduzem as horas

É indecente o amor de uma mulher e um homem
É inocente o amor de uma mulher e um homem
É envolvente o amor de uma mulher e um homem

Caixas de papelão anunciam a mudança repentina
Novos olhares no corpo desconhecido
É Bethânia a tradutora dessas novas canções

O amor de uma mulher e de um homem é indecente
O amor de uma mulher e de um homem é inocente
O amor de uma mulher e de um homem é envolvente

Alianças douradas adoecem as mãos quando quebradas
Frutas amarelas e vermelhas enfeitam os corredores
Papéis de balas ajudam a passar a noite sozinha

É indecente o amor de um homem e uma mulher
É inocente o amor de um homem e uma mulher
É envolvente o amor de um homem e uma mulher

ARTIGO: A VIOLÊNCIA DE CADA DIA

A cada dia mais e mais pessoas, cidadãos de bem sentem a insegurança bater a sua porta e o medo da violência aumentar, a incerteza da vida se duplica pelas manchetes e programas que apresentam casos e casos sobre a questão. O crime organizado criou, o que alguns sociólogos chamam de “força ou poder paralelo”. O governo não consegue mais combater esse mal e em todo momento demonstra sua fragilidade e incompetência.
Muitos são os fatores. A pobreza, a falta de oportunidade, a baixa escolaridade, o desemprego, a corrupção e outros. Porém não podemos cruzar os braços diante disso e nos conformarmos. É preciso nos solidarizar, nos mobilizar, nos auxiliar em busca de questões e respostas para esse mal.
São Paulo é o maior exemplo disso tudo. Da necessidade de criar alternativas para essa questão. Quem não lembra do primeiro semestre, aonde a cidade que não para, parou? Tudo ficou um caos por aqui! As pessoas com medo, congestionamento, falta de transporte público... Sinais de que quando não há um comprometimento maior pelo bem estar social e público, o mesmo pode sofrer conseqüências incomparáveis.
Causa-me arrepios quando escuto de adolescentes frases como: “o Brasil não tem mais solução” ou “ta tudo na mão de bandidos”. É lamentável ver nossos jovens cruzando os braços diante do absurdo. Mais lamentável ainda é ver outros jovens entrando no mundo da violência, do tráfico de drogas, do roubo, do crime organizado e achando que isso tem futuro e é mais vantajoso do que viver com dignidade e honestidade.
É necessário criarmos nos jovens e nos brasileiros o patriotismo como foi visto na época da copa do mundo. Um amor pelo Brasil que faça seus filhos se mobilizarem e buscarem o melhor para Ele. Uma paixão que leve do conformismo para a indignação, da passividade para a atividade, do descaso para o comprometimento. É acreditarmos que nosso país tem jeito, que Ele não vive do futuro que nunca chega, mas sim, que é o presente que necessita de mudanças.
Precisamos ser ousados! Invadirmos nossos lares de otimismo e possuirmos mãos de confiança na busca da certeza da mudança e não nos deixarmos levar pela facilidade ou pela vantagem desonesta encima de outros. Cada um de nós faz parte do todo para mudarmos essa situação. Se não fizermos nada, nossos filhos encontraram um país dominado pela violência, aonde as autoridades políticas precisaram pedir licença aos líderes de facções para governar (se isso já não acontece).
A rotina da violência não pode nos imunizar com sentimentos de complacência e conformidade. Quem tem o privilégio e dinheiro para trancar-se em condomínios não podem enganar-se e pensarem que viverão salvos de tudo que acontece fora de seus muros e portarias. A solução não passa pelas altas taxas que se paga para nos darem a sensação de segurança, mas sim, pela divisão justa e humanitária de princípios básicos que a Declaração dos Direitos Universais nos garantem, assim como a Constituição Brasileira que infelizmente é bem diferente da realidade...