sábado, 24 de fevereiro de 2007

POEMA: NORMALIDADE INDEFINIDA

Vinte e quatro de fevereiro
Seis horas e cinquenta minutos
Dois mil e sete

Azul e verde
Dia e noite
Certo e errado

Calça jeans e blusa promocional
Sapato preto e gravata listrada

Coração e razão (discretos)

ADJETIVOS INCOMPLETOS

Canções de Vinícius e Jobim
Vida de Simone
Alma de Nana
Intenção de Gal
Divindade de Bethânia
Eternidade de Buarque
Madrinha Soares
Normalidade Regina

POEMA: TEMPO DO TEMPO

Palavras perdidas e sem sentidos se encontram
O medo transcende as quatro paredes brancas
Cada tempo é um tempo misturado no inferno
Casa de criança, casa de intenção, casa do nada
Cada casa tem paredes diferentes e (seus) sentidos
O amor não pode esperar as curvas do passado
Um novo amor pode tormar-se um arrependimento
A vida passa discretamente e não se percebe o presente
Palavras perdidas e o medo transcende
Um novo não pode passar discretamente
O amor pode tornar-se presente
Se encontram paredes brancas
As curvas eternizaram sua casa do nada

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

ARTIGO: São Paulo agora é a terra de vagabundo

No dia cinco de fevereiro, eu e acredito que muitas pessoas ficaram indignados com a atitude do prefeito da maior cidade do país, Gilberto Kassab (PFL) ao expulsar de uma unidade de saúde o cidadão Kaiser Paiva da Silva aos gritos de “vagabundo”. O prefeito alegou que o local escolhido pelo senhor Kaiser foi impróprio para a manifestação que o mesmo fez.
A atitude do senhor prefeito demonstra como nossos políticos estão preparados e preocupados com o cidadão. Acredita-se quando um político assume um cargo público, o mesmo deve estar preparado para isso. Preparado para viver as mais diversas e diferentes situações.
Mesmo sendo um local não apropriado para a manifestação, o líder político deveria ter a ciência de como agir de uma forma que não agredisse a integridade de qualquer uma das pessoas ali presente, mesmo que essa pessoa seja o manifestante.
É revoltante perceber que aquele que deveria ser o cidadão mais exemplar da cidade age com um ato de irresponsabilidade e ignorância. Chamar qualquer cidadão de “vagabundo” é dar um tapa no rosto da liberdade de expressão e da democracia. Como queremos exigir um povo mais educado, mais civilizado, se nem mesmo as autoridades sabem o que é isso.
Bem que poderíamos instituir aqui em São Paulo o “O DIA DO VAGABUNDO”. Neste dia, todos os cidadãos desta cidade poderiam ficar em casa, não irem para escola, não cumprirem seus compromissos e muito menos irem trabalhar, para que possamos fazer justiça a visão que o prefeito possui dos cidadãos que moram na capital.
Imagine você chegando ao seu chefe e dizendo: “amanhã, dia cinco de fevereiro não venho trabalhar, é o dia do vagabundo” que maravilha... Fico aqui imaginado a reação do chefe... Ainda bem que São Paulo é uma cidade rodeada de vagabundos... É só olharmos os nossos ônibus lotados levando a população ao trabalho, pagando seus impostos (e olha que não são poucos), recebendo um salário mínimo que não consegue suprir todas as necessidades.
Afinal, neste ano, todos nós paulistanos, não podemos mais chamar São Paulo de “terra da garoa”, mas quem sabe “terra do vagabundo”, afinal, o que não se faz aqui em São Paulo é não trabalhar. Será?
Acredito que o prefeito poderia tentar conhecer um pouquinho mais sobre as pessoas e a cidade que governa, conhecer bons hábitos e boas maneiras e principalmente relações sociais e pessoais e controlar-se diante de situações impróprias. É inaceitável atos como esse. Em vez de o prefeito pensar em processar o senhor Kaiser (como se noticiou no início do episódio) ele deveria se preocupar com outros problemas dessa cidade, e olha que não são poucos. Agora o senhor Kaiser...

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

POEMA: LIXERATURA

Sanatório
Literatura
Analogia
Paciência
Neruda
1723

Santa
Paulo
Mitologia
Antropologia
Freud
2380

Filosofia
Biografia
Imortalidade
Moeda
Jobim
3127

domingo, 4 de fevereiro de 2007

POEMA: TELEVISÃO

Pouco tempo é o tempo que sobra quando não é bem vivido
Botões de rosas são belos depois do inverno no hemisfério sul
Camisas marcadas pelos raios coloridos empobrecem as almas
Uma vida passada na estradas do interior guarda mistério noturno
Chimarrão na roda de amigos se despedem da juventude noturna
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze
Onze, dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um