quarta-feira, 24 de agosto de 2011

SEMANAS

É sútil a linha
É tênue a separação
É exaustivo o óbvio

A vida é (in) justa
A dor é prazerosa
A ausência é traiçoeira

Amores que são eternos
Amores que são remédios
Amores que são venenos

Que o silêncio seja fúnebre
Que as lágrimas sejam enterradas
Que o olhar seja cego
Que as músicas sejam alegres

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

JOGO DE ÉPOCA

Busca-se no mais breu de todos os breus
A porta que de longe parece aberta
Não se finge diante das tentações
Não se vive com os olhares tortos

No frio ocasional de sempre
Poucas emoções de um sentimento
Dezenas de vozes que clamam
Centenas de vozes silenciosas

Hoje o eterno é para sempre
E todas as noivas são felizes
E todos os noivos são felizes
Hoje o eterno é para sempre

O sim que talvez seja sim
O não que talvez seja não
O talvez que talvez seja sim
O talvez que talvez seja não

sábado, 23 de julho de 2011

NORMAS BRANCAS

As coisas são coisas perdidas
Poderes de um rei adormecido
Nobres olhares dos sonhos pacíficos
Perfume que autoriza o sorriso

Telefones e números auditivos
Fotografias antigas e lençol branco
Palavras de um anjo eclesial
Janelas abertas e portas fechadas

sexta-feira, 24 de junho de 2011

QUALIDADE TEMÁTICA

A vida é um sonho explicado por Freud
Interpretações da interpretação de um dia
Novelas e orações com toda intenção
Horas passadas de um dia presente

Caminhar no caminho que se escolhe
Pelas flores amarelas da mesa de vidro
Gotas de amor pelo dia que virou noite

As estrelas caminham sem o seu destino
Paz de um homem quase sempre feliz

Todos os segundos são eternos no agora
Um agora que sempre será um segundo

Tem vozes que a voz não quer ouvir
As noites nunca são eternas e felizes
Longe de casa dos filhos acreditam em si

Treze horas de doze emoções passageiras
Vinte e quatro horas de uma vida imaginária
Saudade é um sentimento ingrato e (in) feliz
Um pouco de vinho consola o consolado

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ESQUADRAS COMPLETAS

Na rua uma onda do mar quebra o caminho
E nas belas curvas as passagens do pensamento
Doces lembranças de belas imagens imperfeitas

Quando a vida é vivida por minutos
Os minutos são sempre segundos
Os segundos são sempre passados

Na memória a certeza
No passado a dúvida
Na saudade o arrependimento

Tempestades de areia em pleno verão
Madrugada feliz que sempre sonha em vencer
Doces amores que de amor nada existiu

Curtas histórias
Bela canção
Vinho chileno

Poderes impróprios de decisões anárquicas
Efémero prazer de um vulcão resguardado
Esponjas secas do avião que nunca voou

Aquário de peixes sozinhos
Rosas de beleza perdida
Fotos antigas sozinhas

As noites são frias no inverno
O sol é sempre bem vindo
O luar é sempre convidativo

Curtas lembranças de corpos comuns
Glórias de um louvor insano e feliz
Jogos noturnos que sempre vencem

Cigarros e um tempo que nunca existiu
Barulhos infernais que consolam a certeza
Amigos felizes por uma noite apenas

Ao encontro o encontro é um acaso
O encontro ao acaso é um encontro
Um encontro é ao acaso o encontro

sábado, 18 de junho de 2011

CONSUMO VAZIO

Não se pode viver pelos seus medos
Não se pode sorrir pelos seus medos
Não se pode arriscar pelos seus medos

A ilusão do passado é trava do futuro
A ilusão do passado é o sonho do passado
A ilusão do passado é a fechadura do presente

Uma diferença que diferencia todo o resto
Uma diferença que modifica toda a dúvida
Uma diferença que transfigura todo o desejo

As estrelas da noite brilham para serem admiradas
As estrelas da noite vivem discretamente no céu
As estrelas da noite são apenas estrelas sozinhas

As flores e o vinho continuam no mesmo endereço
As flores e o vinho continuam na mesma lembrança
As flores e o vinho continuam no mesmo endereço

A canção sempre é a mesma
A canção sempre é consolo
A canção sempre é declaração

As lembranças são as mais belas
As lembranças são as mais intimas
As lembranças ficaram nas lembranças

Drogas de um consumo não consumido
Drogas de um consumo do outro corpo
Drogas de um consumo não esperado

O medo fracassa um sorriso sincero
O medo fracassa uma história sem estória
O medo fracassa uma busca sua

O direito de decidir não pode ser negado
O direito de decidir não pode ser roubado
O direito de decidir é um direito






quarta-feira, 15 de junho de 2011

USO DO ABUSO

As horas festejam mais uma hora
Nas tristes lembranças da fantasia
Nos estreitos olhares ocasionais
Festejam as mais doces mãos

Um pouco da sobra do vinho
Um pouco da sobra de tudo
Um pouco da sobra do nada
Um pouco da sobra da gente

Pratos vazios
Corpos molhados
Corpos cansados
Corpos realizados

Diante na mente que mente
A ausência é presença
A presença é ausência
Diante da mente que mente

Versos de canções
Canções sem versos
Versos de canções
Canções sem versos



segunda-feira, 13 de junho de 2011

O SILÊNCIO

O silêncio é compensador
O silêncio é aterrorizador
O silêncio é o óbvio das emoções
O silêncio é o fruto mais íntimo das intenções
O silêncio é a saída mais frustrada do medo
O silêncio é um ato de mutilação
O silêncio é um arrependimento

Entre os versos mais diferentes que a vida se apresenta
A sorte e o destino não são irmãs na mesma estrada
A sorte e o destino se cruzam apenas uma vez

Vidas do passado não são vidas do futuro
Vidas do futuro são vidas do presente
Vidas do passado não garante a vida do presente

Ser alguém para alguém
Para alguém, ser alguém
Alguém para ser

O silêncio é um medo
O silêncio é um ato
O silêncio é uma defesa
O silêncio é abandonar-se
O silêncio é o não entregar-se
O silêncio não é diferente
O silêncio é ausência
O silêncio é uma resposta

CONTURBAÇÃO

A solidão é a pior de todas as mortes
A espera de uma lembrança que o futuro não espera
A doce saudade da vontade de um ser

Não se pode aprender a dividir o tempo com a solidão
Vive-se na busca constante da ausente presença
Enamora-se todos os olhares que não se olham
Noites e dias perdidos pela parede do apartamento
A certeza do impossível torna-se possível o desejável

segunda-feira, 6 de junho de 2011

DESCRIÇÃO POÉTICA

Ao deslizar as mãos sobre seu corpo
O desejo mais intimo se torna vivo
Os dedos buscam os sinais mais prazerosos
E os pêlos se perdem no lençol limpo

Não se consegue mais deduzir o próprio pensamento
Em poucos segundos a imaginação não se imagina
O brinde do antes fez perder o controle do agora

A pele mais aflorada se imprime nos lábios
O sorriso malicioso se inocenta em poucas palavras
As pernas se entrelaçam incondicionalmente a sua genética

A pouca luz faz as roupas desaparecerem
A canção carioca se traduz na própria língua
A respiração transcende as lembranças da felicidade

Alguns cigarros...
Alguns copos...
Alguns segundos...
Segundos eternos

Ao deslizar os dedos em curvas conhecidas
Os segundos se tornam imaginação da realidade
A pele aflorada provoca um sorriso malicioso
(e as roupas no chão deixam os corpos respirarem )

O sol já saudou com seu bom dia
A noite já se despediu em sua discrição
Um fim que não quer ter mais fim

domingo, 15 de maio de 2011

A BELEZA DA ROSA AMARELA

Ao caminhar o caminho se traduz nas pequenas placas
Todos os dias o dia brilha para os que conseguem sorrir
As estrelas são belas, belas estrelas que tem uma intenção
As vidas são vidas que se traduzem em uma vida de poeta

Rosas amarelas são belas
Rosas amarelas são reais
Rosas amarelas são sutis
Rosas amarelas são frágeis

Ao caminhar o dia tem uma intenção na vida do poeta
Do poeta,o dia tem uma vida, uma intenção ao caminhar
Ao caminhar uma intenção do poeta tem uma vida
Uma vida, uma intenção, ao caminhar do poeta (feliz)

Fragilidade, sutileza, realeza e beleza
Beleza, realeza, sutileza e fragilidade
Realeza, beleza, frafilidade e sutileza
Sutileza, fragilidade, beleza e realeza



sábado, 19 de fevereiro de 2011

SEM SAÍDA

A loucura é talento (de poucos)
A vida é uma arte (para poucos)
A estrada tem seu fim (para todos)
A noite tem seu início

CHUVA

Romance ou medo?
Esperança ou certeza?
Causa ou consequência?
Lixo ou entulho?
Planejamento ou destruição?
Dia ou noite?
Fim ou início
Chuva

2008

O morro caiu depois da chuva
Pessoas perdidas

A chuva não pediu licença
Pessoas perdidas

A casa que ali estava sumiu
Pessoas perdidas

O natural e o humano se completaram
Pessoas perdidas

HOJE

Hoje
Hoje a vida
Hoje a vida é bonita
Hoje a vida é bonita e sorri
Hoje a vida é bonita
Hoje a vida
Hoje
Hoje a vida
Hoje a vida é bonita
Hoje a vida é bonita e sorri
Hoje a vida é bonita
Hoje a vida
Hoje

SENSIBILIDADE

Alegria
Caridade
Esperança
Gente
Irmandade
Liberdade
Natureza
Paz
Rua
Temperatura
Vida
Zona

Bala
Desejo
Família
Honestidade
Juventude
Maturidade
Osso
Queda
Simplicidade
Uniformidade
Xampoo

Alegria, honestidade, liberdade, simplicidade
Zona, uniformidade, irmandade, maturidade
Rua, bala, vida, desejo
Natureza, xampoo, família, caridade

FÉRIAS DA NOITE

No encontro do silêncio com a noite
Os poucos segundos retratam o que falta
As flores dançam livremente
E o desejo mais simples passa sistemáticamente

Na espera de um presente conhecido
Na janela do transparente indivíduo

O encontro da noite com o silêncio
Percepção detalhada quando não necessária
O lençol continua sempre com seus segredos

Na casa de poetas brasileiros os sonhos ganham férias

BLUMENAU

Todos os homens querem ser felizes em Blumenau
Seja na Velha, Itoupava, Garcia ou Agrícola
Os amores fogem para Blumenau

No chopp gelado que revive tradições
Na festa que festeja o belo mês de outubro
Todos os homens buscam seus amores em Blumenau

Na força e determinação de sempre recomeçar
Na busca da certeza e esforço do trabalho
Os amores residem em Blumenau

Todos os homens querem viver em Blumenau
Todos os homens querem amar em Blumenau
Todos os homens querem morrer em Blumenau

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A HORA DO HOJE

Eu queria que todo sim
Nunca acabasse assim
Uma espécie de mim
Uma certeza sem fim

Noites e dias trocados por pequenas estrelas perdidas na escuridão
Sorrisos infelizes que descrevem a necessidade do incompleto ser
Doces lembranças de amargas realidade sucumbidas por instabilidade

Vozes que gritam no silêncio do apartamento
Vozes que gritam no silêncio mais pessoal
Vozes que gritam por suas próprias vozes

O mundo venceu
O anonimato venceu
O acaso venceu
A história perdeu

O tempo do presente se deixou
O tempo do passado é lembranças
O tempo do futuro é separado

A história perdeu
O acaso venceu
O anonimato venceu
O mundo venceu

As palavras de Cartola se reproduzem
"O mundo é um moinho" necessário
Canções que traduzem o amor
Canções que traduzem a decepção
Canções que traduzem o intraduzível

As drogas que não consomem o próprio corpo
O vinho que consola a noite que não deveria existir
A realidade que faz o homem chorar de tristeza

Vida de uma vida que se perderá em vidas
Um terceiro elemento conhecido de duas almas
Outros elementos desconhecidos de uma alma

Dez horas e vinte minutos
Dez horas e vinte e um minutos
Dez horas e vinte dois minutos
Dez horas e vinte e três minutos
Dez horas e vinte e quatro minutos

A impossibilidade da possibilidade ainda existia
Mas a despedida das descobertas empobrece
A insatisfação que festeja uma amarga solidão
Versos perfeitos para uma simples canção de amor

Dezenas de horas esquecidas pelos minutos
Jantares e lembranças que agora pertecem ao ontem
Nadar ao nada que sempre persistiu ao todo

Dez horas e vinte e quatro minutos
Dez horas e vinte e três minutos
Dez horas e vinte dois minutos
Dez horas e vinte e um minutos
Dez horas e vinte minutos

A vida é um sonho que pode acabar
A dor é sentimento que nem sempre se quer
A saudade é inevitável nos dias de hoje

Aos extremos a mais extrema solução
Aos opostos o mais exposto descontentamento
Aos olhares apenas um olhar de tristeza
Aos corpos apenas o corpo que restou

O mundo venceu
E todos os imaginários serão vividos
Na certeza de cada beijo não amado

O anonimato venceu
E depois da noite feliz o retorno
Na busca mais efêmera de si mesmo

O acaso venceu
E muitas histórias que fugiram de si mesma
Na estrada trabalhada por (in) satisfação

A história perdeu
E depois de toda rotina uma nova rotina
Na pseuda felicidade que não se tinha

Ao entrar no mais íntimo colapso
Os versos do amor que se desfaz
No djavanear das histórias vividas
"Desandou" o mais imaculado sorriso
A alegria e a dor são irmãs gêmeas
A tristeza e a curiosidade irmãs invejosas

Calças e blusas que sempre cobriram o corpo
Ao seu lugar nada conduz com a sua beleza
Tulipa para brindar o fracasso (in) esperado

Voltar ao tempo do tempo que não exite mais
Voltar nas horas da hora que não existe mais
Voltar em si

Ao tempo uma solidão
Ao mundo uma saudação
Ao tempo e ao mundo um sinal de (in) gratidão

No espaço que se vive, vive o nada
O nada que sobrevive nas intenções
Nas intenções que se desencontram no espaço

Sozinho dentro do seu próprio ser
Sozinho dentro do seu próprio sonho
Sozinho dentro do seu próprio caminho




terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MADRUGADAS

A noite sozinha é mais triste
Cada minuto são horas que nunca acabam
O espaço vazio não é só na cama

Versos da canção que traduzem os sentimentos
A noite passa descompassada
É no campasso que os passo nao andou

A noite é perdida quando não se tem mais rotina
A rotina é dolorida e saudosista
Saudosista é cada pensamento

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CRISTAL

A solidão da resposta é a mais dolorida
Cada sonho é passado de um futro inexistente
Os encontros felizes são esperançosos na incerteza
Todos os passos (agora) não existem mais

O fim é mais dolorido que a morte
A saudade não realça a beleza dos olhos
Os encontros são lembranças do passado-presente

Os belos e os feios são fissuras do ingrato sentimento do amor
Doces e balas não festejam a infeliz  derrota do tempo
Tempo de flores artificiais que decoram a sala
Quartos opostos em cama que não existe mais

Mansagens que agora se foram e levaram a beleza
O anonimato que venceu a mais confiante certeza de duas vidas

Sonhar sonhos não faz um homem feliz
Viver desejos não fazem os sonhos felizes
Palavras soltas podem quebrar o frágil cristal

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

DÚVIDAS

A dor da dúvida é a pior de todas as dores
A dor da dúvida é letal
A dor da dúvida leva a dúvida de todas as certezas

É melhor a dor da verdade do que a alegria da ausência
O coração de um homem não compreende os desejos reais
Todos os sentidos são incorretos quando a vida transfigura

A dor da dúvida leva a dúvida de todas as certezas
A dor da dúvida é letal
A dor da dúvida é a pior de todas as certezas