terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A liberdade deserta da próxima página

A noite em seu silêncio desértico deixa feliz a esperança
No canto da parede um canto de lembranças
Na fotografia a sensação do presente que se amou

A cor branca deixa em anuência as taças quase vazias
E em um sorriso intrínseco os pêlos se misturam
Roupas ao chão despertam sonhos escondidos

Meias palavras são palavras pequenas de incômodas gavetas
Cortinas soltas escondem a natureza dos corpos inteiros
Lençóis testemunham a transparência de um sorriso

Em poucos espaços há memórias eternas
Em muitas memórias há poucas verdades
Em muitas verdades há inúmeras lágrimas

Na intimidade da alma uma liberdade se esconde
Nos abraços de um abraço a despedida se transfigura
Com muitas estórias o suicídio espera a próxima página

sábado, 26 de dezembro de 2015

As verdades de uma janela quebrada

As pessoas esperam o que desejam
Mas não desejam esperar...

Alguns sonhos são sonhos sonhados
E não despertam da realidade
Imaginando aplausos de medo

Garotos nas ruas bebem doses destrutivas de felicidade
Garotas nas ruas bebem doses homeopáticas de infelicidade
Homens e mulheres rejeitam seus próprios pensamentos

A porta aberta esconde o sorriso esquecido
E além do bem alguns abraços servem para sobreviver
A lua se esconde nas nuvens carregadas de intenções

Algumas verdades são mentiras impróprias
E na ausência constroem olhares incertos
Alegando mentiras que só seriam verdades

Fagulhas de uma emoção desconhecida
Rugas antigas de uma emoção atordoada
As cortinas da sala conhecem as emoções



A saudade que consome

As mãos passeiam pelo imaginário do corpo
Desvendando nas lembranças os desejos
Saudade transcende a própria realidade

A noite que acorda deixa no ontem o prazer
O dia que acorda desperta no hoje a felicidade
As horas que se consomem só consomem o agora

As mãos desvendam a saudade que transcende
A noite desperta no hoje que consome o agora
As mãos consomem a saudade da noite

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A felicidade de sonhar

As vozes silenciam os fantasmas que insistem em sorrir
E com poucas palavras empobrecem os olhos desejados
Deixando na lembrança algumas saudades indispensáveis

O amor é uma brincadeira dos deuses que aplaudem o espetáculo
O roteiro é uma canção Jobim que deixa as carícias sensíveis
E quando o sorriso sorri os lábios se descobrem amantes naturais

Figuras de um presente que não consegue deixar o medo
Felicidade é um sonho que o medo resiste em não viver
Deixando nas mãos a sensação do impossível que é real

Os corpos se identificam naturalmente no respirar
Não pedindo explicações do desejo sonhado das almas
E em um sorriso sem explicações é feliz por se deixar

As pernas se perdem entrelaçadas
Os abraços abraçam a intimidade
O tempo testemunha a felicidade




quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Janelas abertas

O sonho é lindo e mostra a alma da criança
A sensibilidade chora as emoções que viveu
Deixando aberta todos os desejos ingratos

O amor é uma caixa de Pandora que nunca esquece seu segredo
Perdendo a esperança inquieta e sensível deixa uma lágrima cair
Discreto sorri para esconder suas mais terríveis e só lembranças

Uma música inferniza o inferno escuro
A taça vazia se despede em silêncio
As ruas distantes são misteriosas

Há mais amores em um amor do que amor em vários amores
Doze segundos de alguns segundos perdidos na intenção
Pobres almas que sorriem para a tristeza da janela aberta

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O respirar como testemunha

Na noite discreta a respiração é a canção dos corpos que sem pressa se descobrem
As pernas que abraçam com um abraço transcendem o tempo e o espaço do quarto
Deixando as mãos passearem pelas costas como sinais que não precisam de tradução

Não existem corpos separados 
Só embalos audaciosos 
Não existem canções do agora
Só embalos silenciosos

Os lábios quando se encontram, encontram o que o passado deseja do presente
Forças inatas de duas almas que pulsam pelo mesmo olhar com sorrisos livres
Prazeres que se descobrem pelas curvas que se desvendam no cair dos corpos

No quarto escuro a cama de casal não esta vazia depois do inverno que acabou
E nos lençóis as marcas testemunham segredos guardados e esperados, sonhados
Pequenos sinais que deixam cicatrizes felizes descobertas nas teorias das canções

O prazer nada mais é do que o prazer da companhia que se desvenda aos poucos
Mãos passeiam por segredos escondidos que transpiram batimentos inquietos 
Lábios que desvendam no passear dos extremos a extremidade dos limites alheio

Os pêlos que se arrepiam autorizam a liberdade e a audácia do mais íntimo 
A troca dos corpos deixa livre a liberdade para ousar 
As paredes ensinam os segredos