quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Convite ao convite das flores nos degraus

O passado é o encontro do mais florido presente
As preces são sempre as mesmas que ninguém reconhece
A consciência é perdida diante de todos as estrelas da noite

Nas ruas as pessoas caminham para fugirem do caos
Por poucas coisas as coisas se tornam essenciais
Todos os degraus são apenas degraus que existem

Livros velhos são novos saberes para os homens do quarto
Relógios enganam a mais pobre das pobres pobrezas
Poucas roupas escondem o pouco que jamais se perdeu

Livros novos são velhos saberes para as mulheres no quarto
Sapatos vermelhos derramam olhares para quem não os vê
Muitas roupas escondem o muito que jamais se perdeu

Confissões de um amor que transcende

Aplausos para o mais singelo sorriso
O amor transcende a própria alma
Deixa o último ser eterno
Deixa o ultimo ser o último

O mais singelo sorriso transcende o amor
A própria alma transcende o amor
Deixa o último ser o último
Deixa o último ser eterno

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Os desejos de um querer que sempre se quer

Quero "Brincar de viver" com Bethânia
Quero a bossa de Caetano
Quero sentir o "Simples carinho" da Ro Ro
Quero a "Vitoriosa" de Ivan
Quero ter a "Satisfação" de Lulu
Quero agora a "Saga" do Catto
Quero chegar as "Esquinas" com o Djavan
Quero achar todos os "Versos perdidos" do Baleiro
Quero que tudo seja "Tudo novo de novo" com Moska
Quero pular "O muro" do Vianna
Quero o "Efémero" da Ruiz
Quero ver todas as "Digitais" da Taviani
Quero saber "Tudo sobre você" da Duncan
Quero curar as "cicatrizes" da Joanna 
Quero sair "À francesa" com a Marina
Quero fazer "A festa" com a Rita
Quero tomar um "Café com Leite" com o Martinho
Quero aguardar a "Resposta ao tempo" com a Nana
Quero todos os "Encontros e despedidas" com o Milton
Quero vasculhar o "Baú" da Vanessa
Quero a "Bela flor" da Gadú
Quero entender o "Universo ao meu redor" com a Marisa
Quero voar com a "Asa morena" da Zizi
Quero ser o "Palpite" da Rangel
Quero sentir "O gosto da criação" do Ramalho
Quero todos os segredos das "Juras secretas" da Simone
Quero ouvir o "Desafinado" do João
Quero ler o "Querido diário" do Bosco
Quero o "Sim" do Nando
Quero completar "A lista" do Montenegro
Quero entender o "Coração leviano" do Paulinho
Quero o "Poema" do Ney
Quero ver o "Folhetim" com a Gal
Quero sair no "Expresso 2222" com o Gil
Quero saber "Quem de nós dois" para Ana
Quero "A felicidade" do Tom
Quero a chance do "Segundo sol" com Eller
Quero que "Entre e ouça" com o Ed
Quero um "Banho de cheiro" com a Elba
Quero todo o "Exagero" da Elza
Quero que saiba "Do fundo do meu coração" com o Tremendão
Quero todas as vidas do Chico

A COVARDIA DOS POUCOS QUE ACORDAM

O dia acorda e no bis a corda do violão quebrou
Não canta mais o cantar das antigas e belas manhãs
Deixa o mais nobre dos nobres sentar-se a mesa
Navega nos mares mais silenciosos dos seus olhares

A corda do violão quebrou e o dia acordou
Uma saudação é a espera do outro "bom dia"
Pequenas anotações anotam emoções grandiosas
Loucas loucuras de um louco qualquer que desperta

A senha da vida é o acaso pensado no acaso da vida
O livro que lê é a leitura de quem lê o livro
A chave que abre também aprisiona os mesmos porões
Poucas horas das horas que nunca chegam nesta hora

Em poucos instantes o pouco que sobra é sempre tão pouco
Em muitos sorrisos os risos que riem são sempre tão poucos
Em alguns olhares os olhos que olham são sempre tão poucos
Em alguns abraços os braços que abraçam são sempre tão poucos

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os clássicos

A felicidade é a razão do inconsciente que não se engana
Perguntas respondem as verdades que eram mentiras
Oráculos são desculpas do nosso íntimo para viver

Dentro da caverna os homens eram felizes e sorriam 
O ideal agora é o oposto do real que no oposto é o ideal
As aparências e as essências são irmãs de mães desconhecidas

O bom senso é o senso da virtude que da felicidade refaz
A lógica é a premissa de dois acertos que no acidente nasce
A razão é o animal que humaniza e nos leva a potência do hoje

O socorro do lógico

Os óculos escondiam o mais belo do olhar
Os sorrisos eram apenas convencionais
Os abraços sempre foram poucos

As mãos não sabiam se cumprimentar
As roupas sujas agora eram desculpas
As pernas não saiam mais do lugar

O relógio não chegava na hora marcada
A cintura fugia a regra do bom senso
Os dedos não tocavam mais o céu
As unhas cortadas sentiam-se enganadas

domingo, 17 de agosto de 2014

A ausência do motivo maior

A vida tem vida própria
O complexo é apenas o avesso do óbvio
Na ausência do bem o mal virá bem

Cada ser é um ser diferente
Ele acredita que se pode acreditar
Ela sonha que nunca mais vai sonhar

A noite vem com estrelas escondidas
O sol não é uma estrela perdida
As pilhas acabaram naquele momento

Uma xícara vazia alimenta os pensamentos
Duas imagens transgridem a sorte
Caderno com uma lição já resolvida

Livros empoeirados são o consolo das mãos
Uma caneta azul espera seu momento
A chave da casa e do carro se misturam

Rei

O rei ainda não surpreendeu
A luz ainda não brilhou
A vida não se superou

As grades não deixam o sonho voar
As leis não mostram a beleza que há
O rei ainda vive em seu castelo sozinho

O rei reina para os corpos vazios
O súdito acredita que o rei é feliz
A inveja do rei faz  do súdito infeliz

As asas são cortadas pelo rei que não sabe voar
As palavras são perdidas por migalhas de um lixo
O rei já não sabe como sorrir no espelho do quarto

O novo rei já é velho
Já é velho o novo rei
O velho rei é novo...
É velho o novo rei...
O rei tem seu reinado para ser um rei

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O prelúdio de janeiro

Nunca existe o fim quando não se termina o começo
O mês de janeiro é o fim de mais um mês que acabou
Ponteiros do relógio logo voltaram para o mesmo lugar
Nos quinze primeiros minutos ninguém é triste o suficiente
Muitas roupas coloridas despertam o inusitado nos turistas

Nunca o começo de janeiro acabou
Ponteiros nos quinze despertam o inusitado

É triste o começo quando já se conhece o fim
Despertam as mesmas lembranças nos turistas

Roupas coloridas mostram o prelúdio dos ponteiros
O mesmo lugar e suas gerações veneram o horrível
Em janeiro o mesmo lugar festeja o fim conhecido
Nunca o amor é o complemento de quem se ama
Suas mãos viajam para um oásis (des) conhecido

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A fé do santo no altar

O santo que fazia os altares era o mais santo de todos os santos
De todos os santos o que fazia os altares era o mais santo
O que fazia os altares era de todos o mais santo

A prece intercede pela criança que sofre sem saber o motivo
Sem saber o motivo a prece intercede pela criança
A prece da criança é o motivo da prece

O que fazia os altares era de todos o mais santo
Ele acreditava nos santos que nem conhecia
Beijava os pés e desejava uma prece

De todos os santos o que fazia os altares era o mais santo
Nunca deixou de acreditar na fé
E mesmo sem fé a fé existia

O santo que fazia os altares era o mais santo de todos os santos
A prece era pequena e cheia de fé
Cheio de fé o santo acreditava nos santos

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A luz do cotidiano obscuro

A luz é escura, obscura
Nada é mais triste que a verdade que não nos pertence

Obscura é a luz
Prudência e medo convivem na sútil linha da consciência

A luz é escura, obscura
O conto é um novo ponto que transfigura nas escolhas

Obscura é a luz
Luas de inverno não são autênticas no olhar do admirador

A luz é escura, obscura
O vermelho e o branco são esperanças de qualquer jovem

Obscura é a luz
As roupas e os pires são limpos pelo silêncio de dois estranhos

A luz é escura, obscura
O verde e roxo é o arroz e a surpresa conhecida do cotidiano

Obscura é luz
Que nunca quis apagar as mais singelas e bonitas homenagens

A luz é escura, obscura
Sonhar um belo sonho que não se pode deixar de viver e ser

Obscura é a luz
Viver uma eternidade que nos sonhos não era sonhada e ter

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O senhor de seus segundos

A bela voz da artista que canta uma canção na perfeição
O senhor que sempre sorria pensou no que não o faz chorar
Pensou em um pássaro que com suas asas quebradas chorava
Pensou nos homens mais felizes que nunca brincaram de ser feliz
Pensou em alguns segundos que jamais poderiam ser passado
Pensou que o dia é uma noite escondida

Na perfeição da artista que canta a canção
Fez chorar o senhor que sorria
Chorava as asas...
Feliz brincaram...
Passado...
Escondida pensou uma noite...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Mãos humanas e desconhecidas

A piores de todas as dores é a dor da incerteza
É  a mais nobre das pobres fraquezas humanas
As mais impossíveis das possíveis certezas

Hoje é um presente roubado dos mais simples sonhos
Belas flores deixam o jardim mais feliz
Mãos perdidas de certezas

Garotos olham o movimento sempre igual no final do dia
Ruas vazias pelos encantos do desconhecido
Pessoas perdidas e humanas

Estrelas são estrelas nas noites que encontram olhares
Nenhuma história é repleta de felicidades
Um brinde as incertezas